sexta-feira, 13 de abril de 2012

TELEGRAMA DO JUVENAL

> TELEGRAMA DO JUVENAL
>
> O Juvenal estava desempregado há meses... Com a resistência que só os
> brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma
> entrevista.
>
> Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato
> tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:
>
> - Qual foi seu último salário?
>
> - "Salário mínimo", respondeu Juvenal.
>
> - Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
>
> - Jura?
>
> - Que carro o Senhor tem?
>
> - Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e
> um carrinho de mão!
>
> - Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma
> BMW para sua esposa! Tudo zero!
>
> - Jura?
>
> - O senhor viaja muito para o exterior?
>
> - Que nada! O lugar mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar
> uns parentes, mas já faz tempo...
>
> - Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano,
> para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
>
> - Jura?
>
> - E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora
> porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido.
> Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um
> telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com
> todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber
> telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!
>
> Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a
> meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito
> telegrama.
>
> Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e
> contou as boas novas. Convocou o bairro todo para uma churrascada
> comemorativa à base de muita música.
>
> Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto... Às 9 horas da
> noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava
> solta.
>
> Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero... A
> vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a
> banda tocava! E o chope gelado rolava! O povo dançava!
>
> Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastara horrores para o
> bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher
> resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.
>
> Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos, vira na esquina buzinando
> feito louco, um cara numa motoca amarela... Era do Correio!
>
> A festa parou!
>
> A banda calou!
>
> A tuba engasgou!
>
> Um bêbado arrotou!
>
> Uma velha peidou!
>
> Um cachorro uivou!
>
> Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?
>
> - "Coitado do Juvenal"! Era a frase mais ouvida.
>
> - Joguem água na churrasqueira!
>
> O chope esquentou!
>
> A mulher do Juvenal desmaiou!
>
> A motoca parou!
>
> O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:
>
> - Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
>
> - Si, si, sim, sô, sô, sou eu...
>
> A multidão não resistiu...
>
> OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
>
> E o cara da motoca:
>
> - Telegrama para o senhor...
>
> Juvenal não acreditava...
>
> Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou
> para todos.
>
> Silêncio total.
>

> Não se ouvia sequer uma mosca!
>
> Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo,
> enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama.
>
> Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.
>
> Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler...
>
> O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
>
> - E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
>

> Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o
> povo que o encarava...
>
> Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou
> a gritar e pular de alegria, todo eufórico:
>
>
> - Mamãe morreeeeuuu!
>
>
>
>
> -Mamãe morreeeeuuu!!!!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário